Metodologia de Gestão autônoma da medicação coloca o indivíduo como protagonista do tratamento em saúde mental e uso de álcool e outras drogas
Na manhã da segunda-feira (22), a Semana Uma Só Saúde promoveu uma roda de conversa sobre a experiência da Gestão Autônoma da Medicação (GAM) na saúde mental e usuários de álcool e outras drogas com pesquisadores da Unifesp de Santos. A Semana Uma Só Saúde reúne em Bento Gonçalves (RS) os eventos: Feira de Soluções para a Saúde (promovido pela Fiocruz) e o 31º Congresso do Cosems/RS (Conselho das Secretarias Municipais de Saúde), de 22 a 25 de abril.
A Gestão Autônoma da Medicação consiste em uma metodologia emancipatória que visa ao protagonismo do paciente no seu tratamento. O modelo teve origem no Canadá e, desde 2009, tem sido utilizado em diferentes iniciativas do Brasil.
Como principal diferença do tratamento convencional, a GAM compartilha as informações e as decisões do tratamento com o usuário do serviço de saúde. Durante o encontro, os pesquisadores Luciana Surjus, Talita Moraes e Otaviano Santos relataram a experiência iniciada na universidade.
“A partir de encontros grupais, fazemos reflexões das experiências de vida de cada usuário do SUS para além do diagnóstico e tratamento”, explica Luciana. Segundo ela, que é terapeuta ocupacional, o grupo se dedica a recuperar as relações de afeto e cuidado entre profissionais de saúde e usuários do serviço de saúde.
A partir daí, as decisões sobre o tratamento passam a ser compartilhadas. O resultado é uma experiência mais horizontal, o que permite soluções antes não pensadas, que consideram a vontade do indivíduo, incluindo a redução de medicação e a adoção do uso de plantas medicinais, por exemplo.
“Trabalhamos o uso que se faz das diversas substâncias, incluindo as drogas lícitas, como os remédios; e das plantas medicinais, que apresentam resultado positivo para pacientes que sinalizam a vontade de utilizá-las”, diz Luciana.
