Com um celular na mão, moradores de locais vulnerabilizados do Distrito Federal podem mapear desastres e emergências sanitárias, informar o governo e a população local para ajudar na tomada de decisões, como em casos de enchentes e suas consequências na saúde da população, por exemplo. Esse é o objetivo da Plataforma de Inteligência Cooperativa com a Atenção Primária à Saúde (Picaps), projeto fruto de uma parceria entre a Fiocruz Brasília, a Universidade de Brasília (UnB) e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF).
A Picaps foi apresentada na tarde desta quarta-feira (29/11), durante a 6ª Feira de Soluções para a Saúde. Criada em março de 2020, início da pandemia de Covid-19, a plataforma buscou dar suporte aos residentes que começavam a ir a campo e enfrentavam uma situação ainda desconhecida com um cenário de muitas mortes e falta de informações sobre o vírus que assolava o mundo. A partir disso, surgiram novas metodologias e ferramentas no âmbito da plataforma, para contribuir para a conexão entre os territórios e o desenvolvimento de tecnologias.
Após a mobilização dos moradores da comunidade com foco na vigilância popular e treinamento de pessoas chave do local, a ideia é que elas possam monitorar e coletar dados para investigar casos de saúde e os determinantes sociais de saúde, contribuindo assim com o SUS. “É uma forma de ver o território pelos olhos de quem vive nele. A transformação digital vai nos ajudar a chegar a uma saúde pública de precisão, à assertividade de política para impacto social e ações mais ágeis a partir de necessidades reais. É a vigilância popular atuando de forma estruturada com o SUS”, destacou o coordenador de Integração Estratégica da Fiocruz Brasília, Wagner Martins.
A plataforma une experiências, inovações e conhecimento científico para resultar em políticas públicas de saúde mais efetivas para enfrentamento de crises de emergência, contribuir com os órgãos competentes no mapeamento de áreas suscetíveis e na prevenção de desastres e doenças.
Com a Picaps, a comunidade pode participar de forma ativa do planejamento do seu futuro com para afastar uma eventual ameaça e identificar as potencialidades, de forma a entender o que a população quer e precisa para reduzir as desigualdades sociais nos territórios.
Conheça um pouco mais da Plataforma aqui.