Fórum intersetorial proporciona o fortalecimento da resposta social para a prevenção da Sífilis em Cachoeirinha (RS)

A ocorrência alarmante de casos de sífilis adquirida, em gestante e congênita no município nos últimos três anos motivou a realização da iniciativa

Nayane Taniguchi – Ascom Fiocruz Brasília

De que forma ensino, pesquisa e extensão podem atuar de forma articulada para o fortalecimento da resposta social para a prevenção da sífilis? Em busca deste objetivo, docentes do curso de Enfermagem da Faculdade Cesuca, localizada em Cachoeirinha (RS), promoveram, em novembro de 2018, o Fórum: Fortalecendo a resposta social para a prevenção da sífilis, espaço para discussão da rede de atenção em saúde e comunidade acadêmica, a fim de ressaltar a importância do controle dos índices alarmantes de sífilis congênita, gestacional e adquirida no município, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e no país.

A ocorrência alarmante dos casos de sífilis no município nos últimos três anos motivou a realização da atividade. Voltado para a comunidade acadêmica, profissionais da área de saúde e comunidade em geral, o projeto de extensão, que reuniu 120 participantes, teve como objetivos contribuir para a pesquisa científica na área de vigilância da sífilis; inserir-se em atividades promotoras de saúde para o fortalecimento de respostas eficientes para prevenção e controle em conjunto com a rede de atenção à saúde, além de oportunizar espaço de discussão sobre a questão. A atividade integrou a XIII Mostra de Iniciação Científica da faculdade.

A iniciativa será apresentada na Semana Uma Só Saúde, durante a Feira de Soluções para a Saúde – Saúde Única para Territórios Saudáveis e Sustentáveis, que será realizada de hoje, 22 de abril, ao dia 25, próxima quinta-feira, em Bento Gonçalves (RS).

A apresentação do contexto atual da infecção em Cachoeirinha, a atenção especializada e a rede de atenção à saúde para atendimento dos casos de sífilis e o diagnóstico e tratamento da sífilis adquirida, gestacional e da sífilis congênita foram alguns dos temas destacados na atividade. A docente Gisele Tertuliano, uma das responsáveis pelo Projeto, explica que, por meio da Carta de Ottawa (1986), foram enfatizadas diretrizes para o fortalecimento da resposta social, por meio de ações que visavam: a formulação de políticas públicas saudáveis com ações de promoção e equidade em saúde; a criação de redes de apoio social, físico, econômico, cultural e espiritual para garantia de condições que proporcionassem impacto positivo sobre a saúde das comunidades; o fortalecimento de ações comunitárias em parceira com os movimentos sociais e as redes de vigilância à saúde; a promoção do desenvolvimento de habilidades pessoais para o enfrentamento dos desafios da vida por meio da educação em saúde e de espaços de discussão para reorientação dos serviços de saúde promotores de integralidade.

“Nosso objetivo era tornar claro para a população a problemática da sífilis e a importância da prevenção, além de propiciar a mobilização de atores sociais em torno dessa questão. A sífilis tem tratamento de baixo custo e danos desconhecidos para a população”, enfatizou Gisele. Na avaliação da docente, a iniciativa resultou em maior interesse da população para buscar informações e diagnóstico para a doença. “É importante trazer a sociedade para falar dessas questões que são muito voltadas para o serviço, e mostrar a importância de se falar do tema nas escolas, nas famílias e na sociedade como um todo”, complementou. A mobilização e integração da rede de serviço entre os colegas de profissão e a comunidade acadêmica também foram destacados por Gisele.

Entre as atividades realizadas além do Fórum, que reuniu profissionais de saúde atuantes na rede de atenção à saúde na Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeirinha, comunidade acadêmica e população, estão o Concurso Intervenções comunitárias para a prevenção da sífilis, que escolheu as duas melhores experiências de intervenção comunitária para a prevenção da sífilis e implementação na rede de saúde local e o “Outubro Verde”, atividade voltada para a comunidade. A ação resultou na realização de 372 testes rápidos e com a atuação de 23 profissionais.

As iniciativas contaram com profissionais do curso de Enfermagem da Cesuca, do Comitê de Transmissão Vertical da Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeirinha, da Vigilância Epidemiológica, do Serviço de Atendimento Especializado e das Unidades Básicas de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde do município.

Sífilis

Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) por meio de relação sexual (vaginal, anal e oral) desprotegida com uma pessoa infectada ou durante a gestão ou parto, podendo ser transmitida para o bebê. Pode se apresentar das mais variadas formas clínicas e é classificada em diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária).

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