Ana Paula Blower (Agência Fiocruz de Notícias)
A Fiocruz está entre os organizadores de eventos paralelos que ocorrerão, na próxima terça-feira (18/7), no Fórum Político de Alto Nível da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, em andamento desde o dia 10 e que se estenderá até o dia 19, em Nova York, nos Estados Unidos. Estes eventos, realizados em colaboração com parceiros da sociedade civil, foram propostos pela Fundação em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores, e discutirão, entre outros aspectos, as lições aprendidas com a pandemia de Covid-19, as formas de mitigar os danos causados pela crise e os desafios para avançar nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Haverá dois debates paralelos ao fórum, ambos transmitidos ao vivo pela ONU TV, organizados pelo Brasil: um às 9h e outro às 19h30 (horário de Brasília).
Coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 (EFA 2030), Paulo Gadelha destaca a importância dos eventos paralelos, que ocorrerão em um momento crucial do fórum, coincidindo com as reuniões ministeriais de alto nível. “A proposta desses side events foi feita pela Fiocruz e parceiros do Grupo de Trabalho da sociedade civil. A iniciativa foi apresentada e acolhida pelo Ministério das Relações Exteriores e tornou-se parte oficial da programação do governo brasileiro no fórum”, ressalta Gadelha.
O evento da manhã de terça-feira abordará maneiras de fortalecer e acelerar a implementação dos ODS, bem como as lições aprendidas e as principais abordagens do Brasil no engajamento com a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. A abertura será realizada por Sergio França Danese, representante permanente do Brasil na ONU. Entre os representantes do governo federal, estarão presentes a secretária nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, Edel Moraes, e a subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Cristina Fróes de Borja Reis.
Pela Fiocruz, Gadelha discutirá os desafios da implementação da Agenda 2030 no Brasil e as lições aprendidas com a crise da Covid-19. “Vou abordar a superação e a recuperação pós-Covid, analisando os impactos gerais da pandemia nos aspectos econômicos, ambientais e sociais, e como a experiência de lidar com essa crise também indicou desafios e caminhos para pensar o desenvolvimento sustentável. Esses side events organizados pelo Brasil são muito relevantes, principalmente agora que o país retoma seu papel no cenário internacional com os temas urgentes do Desenvolvimento Sustentável”.
Experiência da América Latina
No evento da noite, o foco será na experiência da América Latina na implementação da Agenda 2030, reunindo representantes governamentais de países da região. Participarão a embaixadora chilena Carla Serazzi e a presidente do Conselho de Políticas Sociais, Marisol Merkel, da Argentina. Representando o Brasil, estarão o pesquisador da Fiocruz Romulo Paes de Souza, a diretora do Unaids-Brasil, Claudia Velásquez, e a cofundadora e coordenadora geral da Gestos e cofacilitadora do GT Agenda 2030, Alessandra Nilo. Também participará do debate o secretário executivo adjunto para Administração e Análise de Programas da Cepal, Raúl García-Buchaca.
Além da Fiocruz e do Governo Federal, fazem parte da organização o Instituto Cidades Sustentáveis, a Frente Nacional de Prefeitos e a Gestos.
Atuação na retomada da Agenda 2030
Paulo Gadelha explica que a Fiocruz, como integrante da missão do Brasil no Fórum, está em estreito contato com o governo para impulsionar a retomada do país no cenário global em relação à Agenda 2030. Nesse contexto, Gadelha destaca alguns resultados positivos, como o apoio à organização de um evento paralelo na 6ª Reunião do Fórum sobre Desenvolvimento Sustentável na Cepal e o convite para que a Fiocruz integre o corpo técnico do grupo de trabalho encarregado de propor a configuração da Comissão Nacional dos ODS.