Cenários prováveis para territórios do DF até 2030

É possível imaginar as mudanças que ocorrerão em um determinado território até o ano de 2030? Com o trabalho desenvolvido no âmbito do projeto Sala de Cooperação Social (SCS), esta tem sido uma tarefa menos complexa. Em mais uma oficina com a Fiocruz Brasília e o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), antiga Codeplan, as representações sociais do Sol Nascente/Pôr do Sol puderam construir cenários e trabalhar com prospectivas para os próximos oito anos. O encontro foi realizado no dia 6 de agosto.

A partir do trabalho desenvolvido em oficinas anteriores e com base na cartografia social e análise de risco, os participantes traçaram cenários prováveis com base em 18 incertezas críticas do território, levantadas durante encontros mensais desde fevereiro deste ano. A proposta da atividade era imaginar cenários positivos, negativos e intermediários, e, após plenária, elencar as maiores probabilidades de mudança até o ano de 2030. “Nós sairemos com um planejamento para os territórios de Sol Nascente e Pôr do Sol. Com o resultado dos cenários de futuro, é possível traçar metas de trabalho e mudar caminhos indesejados. Poderemos antecipar o futuro e gerar capacidade, no presente, de mudar uma trajetória ruim, ou potencializar uma que possa ser muito boa para a comunidade”, pontuou Edward Maia, integrante do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade (CTIS) da Fiocruz Brasília.

Os participantes da atividade pensaram em cenários sobre temas como sistema de produção de alimentos, igualdade de gênero, contaminação e poluição (do ar, solo e água), ambientes de trabalho seguros, fluxo de armas ilegais e infraestrutura de energia, entre outros. Os participantes também puderam conhecer a versão digital do mapa produzido durante as oficinas de cartografia social, em que foram levantadas ameaças, vulnerabilidades e resiliências do território Sol Nascente/Pôr do Sol. “O mapa foi construído com a participação de vocês. E vimos que não há só ameaças e vulnerabilidades, mas também resiliências, que são a potência que o território já tem. Então, hoje, estamos em um momento de nivelar o que já aconteceu e fazer estes cruzamentos com as incertezas, para criar cenários que possam ser reais”, afirmou Cecília Sampaio, do IPEDF.

O encontro teve duração de um dia inteiro, e ocorreu na Escola Parque Anísio Teixeira, em Ceilândia, espaço que tem apoiado o projeto. Após o desenvolvimento do trabalho, os participantes puderam visualizar o resultado dos temas escolhidos e perceber o que o grupo acredita que acontecerá até 2030 no Sol Nascente e Pôr do Sol. “Todo o trabalho que nós construímos desde o início das discussões sobre como vemos o nosso território serviu para que tenhamos uma abrangência maior das deficiências e do que precisamos fazer para o nosso futuro. Nós vimos os muros que precisamos escalar para trazer as transformações”, avaliou Eli Couto, do Papo Reto Comunitário.

A Sala de Cooperação Social (SCS) faz parte do Radar de Territórios, um dos eixos da Plataforma de Inteligência Cooperativa com a Atenção Primária à Saúde (Picaps), e que vai reunir informações estratégicas para apoiar a governança territorial e a implementação da Agenda 2030 nos territórios.

Participação da UnB

A oficina contou com a participação de alunos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU/UnB), que também puderam elencar os cenários que eles acreditam ser prováveis de acontecer até o ano de 2030 no território. Com o apoio da professora Vânia Loureiro, a atividade dos estudantes foi, ao final, avaliada pelos representantes do Sol Nascente/Pôr do Sol.

Os participantes da oficina puderam, ainda, conhecer mais sobre a pesquisa que será realizada no território, uma parceria entre o Colaboratório CTIS e o Laboratório de Pesquisas sobre Ação Pública para o Desenvolvimento Democrático (LAP2D). O estudo é comandado pelas professoras Doriana Daroit e Fernanda Natasha Bravo Cruz, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas da UnB, e tem o objetivo de utilizar os fatores mapeados para pensar de maneira aprofundada na solução de problemas complexos no território, com foco na promoção da saúde. Para isso, os moradores do Sol Nascente/Pôr do Sol irão participar de uma entrevista, que será feita por telefone. Os resultados poderão contribuir para o aperfeiçoamento das capacidades de gestão pública do Distrito Federal.

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