Fiocruz e Codeplan realizam oficina de cartografia social

Em mais uma etapa do projeto de parceria entre a Fiocruz Brasília e a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), foi realizada na última quarta-feira (11/5), em Ceilândia, oficina de cartografia social e classificação de risco. Com participação de representações sociais do Sol Nascente/Pôr do Sol, foram avaliadas as vulnerabilidades, ameaças e resiliências do território. Entre os temas prioritários elencados pelos participantes estão agricultura, saúde, segurança pública, acesso à água e ao saneamento, cultura e redução da mortalidade infantil. Com adesivos de cada tema colados em um grande mapa impresso, foi possível identificar locais críticos para a realização de intervenções que ajudem a atender às necessidades dos moradores.

“A participação da comunidade do Sol Nascente/Pôr do Sol é de extrema importância. Atividades como essa reforçam a sensação de pertencimento ao território”, avaliou Cecília Sampaio, da Diretoria de Estudos Urbanos e Ambientais da Codeplan. “A situação de risco afeta a vida das pessoas. Aqueles que tiverem menos capacidade de atuar vão sofrer mais. Temos que organizar nossas estruturas de proteção social”, defendeu o coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia e Sociedade de Fiocruz Brasília, Wagner Martins.

Para Ivanete Silva dos Santos, da organização socioambiental Casa da Natureza, o projeto pode servir de espelho para implementação em outros territórios. “Hoje estamos aqui juntos para encontrar alternativas e mostrar soluções a partir das nossas experiências. Ao conhecermos o território e avaliarmos as dificuldades, demandas e vulnerabilidades sociais e ambientais, essa iniciativa se revela importante para a construção de uma nova cidade. Ainda dá tempo de fazermos uma cidade inteligente e sustentável. Não podemos fechar os olhos e deixar apenas o Estado fazer como sempre é feito. Políticas públicas demoram a chegar aos nossos territórios e, quando vêm, chegam prontas, sem o envolvimento da comunidade”, disse. “A participação da comunidade é importante porque é ela que traz a experiência do território”, destacou.

Após a realização do evento, os locais apontados pela comunidade serão incluídos em um mapa on-line, na plataforma Ágora, acessível por todos os integrantes da Sala de Cooperação Social, abrigando os participantes da Fiocruz, Codeplan e Universidade de Brasília (UnB), e as representações sociais do território.

O projeto

A Rede de Radares para Territórios Saudáveis e Sustentáveis: Sala de Cooperação Social é uma iniciativa da Fiocruz Brasília, por meio do Colaboratório de Ciência, Tecnologia e Sociedade, e da Codeplan. O projeto faz parte do convênio firmado entre as duas instituições para criar uma rede de inteligência cooperativa no Distrito Federal e fortalecer a governança local das políticas públicas para o desenvolvimento territorial, com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.

Com o projeto, será criada uma Sala de Cooperação Social, “dispositivo” de inteligência cooperativa para monitorar e avaliar as condições de vida em territórios de maior vulnerabilidade social. A Sala vai reunir e disponibilizar informações estruturadas e não estruturadas para orientar a ação coletiva, integrando pesquisa, educação e ações estratégicas na busca de soluções para os problemas relacionados às condições de vida no território. As informações poderão servir de subsídios para a tomada de decisão do poder público, sobretudo em momentos de crise, como no caso da pandemia de Covid-19. A iniciativa segue o modelo do Radar de Territórios, contemplado na Plataforma de Inteligência Cooperativa com Atenção Primária à Saúde (Picaps).

A primeira oficina com representações sociais do Sol Nascente/Pôr do Sol foi realizada em abril.

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