Fiocruz Brasilia conduz painel sobre desafios e oportunidades na utilização de plantas medicinais e fitoterápicos no SUS

Mariella De Oliveira-Costa

A programação da 3a Feira de Soluções para a Saúde – Saúde Digital para territórios saudáveis e sustentáveis conta com uma série de painéis para promover a troca de experiências e debates entre pesquisadores, profissionais de saúde e gestores. O analista de gestão da Fiocruz Brasília, Márcio Cavalcante, conduziu no primeiro dia da Feira, 16 de outubro, uma discussão sobre o uso de plantas medicinais.

O pesquisador de Farmanguinhos, Paulo Leda, falou da importância de se trazer a etnobotânica para o SUS, ou seja, conhecer os usos que a população faz de fitoterápicos e plantas medicinais para cuidar de sua saúde. Segundo ele, é importante que as práticas de saúde tenham um olhar ampliado para a população. Ele apresentou um breve histórico do contexto internacional das políticas de saúde, citando a declaração de Alma Ata.

A pesquisadora de Farmanguinhos Maria Behrens, apresentou um panorama da atual legislação e os entraves regulatórios dos fitoterápicos na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Segundo ela, em determinadas enfermidades nas quais os medicamentos convencionais , alopáticas, atuam como paliativos, o fitoterápicos vem para ser a cura. “ O fitoterápicos busca a recuperação integral do sujeito, não só de um ponto específico do organismo. O medicamento da farmácia atua de forma limitada; a planta atua além da limitação do remédio, pois há um conjunto de substâncias nas plantas que vão atuar em outras e diferentes frentes.

A professora da Universidade Federal do Ceará, Maryanne Bandeira, apresentou a contribuição do Programa Farmácias Vivas para a criação da legislação de fitoterápicos . Criado em 1983, o programa cearense incentivava a instalação de unidades farmacêuticas nas quais as medicações eram preparadas com plantas medicinais, colhidas nas próprias hortas.

Andrea Ramalho,do SE retraia Estadual de Saúde do Ceará falou do trabalho que ainda existe até hoje, de se encontrar farmácias vivas nos municípios do Ceará. Em seu doutorado, ela comprovou o potencial de cicatrização da pele acometida por câncer após uso da pomada de confrei, produzida em uma farmácia viva.

A enfermeira da Secretaria Municipal de Tapejara, no Rio Grande do Sul, apresentou o processo de implantação do Horto Medicinal na Estratégia Saude da Família Nazaré, no interior do estado. Esta experiência foi apresentada na segunda edição da Feira de Soluções para a Saúde, realizada em Bento Gonçalves, no primeiro semestre deste ano.

A Feira de Soluções para a Saúde, que é parte da Feira do Conhecimento e vai até sábado, no Centro de Eventos do Ceará. Clique aqui e saiba mais.

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