Países das Américas preparam novo marco internacional sobre atenção primária de saúde

Nas próximas quinta e sexta-feira (25 e 26), acontece em Astana, no Cazaquistão, a Conferência Mundial sobre Atenção Primária de Saúde. Durante o evento, delegações de países das Américas e de nações de todo o mundo vão adotar uma declaração para fortalecer esse nível de atendimento, a fim de alcançar a saúde universal e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS).

Saúde universal significa garantir que todas as pessoas tenham acesso, sem discriminação, a serviços integrais de qualidade, sem enfrentar dificuldades financeiras. Só é possível alcançá-la por meio de sistemas de saúde fundamentados na atenção primária, a base de uma rede eficaz.

O encontro de lideranças em saúde pública comemora os 40 anos da Declaração de Alma-Ata, outra cidade do Cazaquistão. O documento definiu a atenção primária como uma estratégia essencial para levar serviços de saúde para todos.

Desde a adoção do texto, em 1978, os valores da atenção primária de saúde – que incluem o direito à saúde, igualdade, solidariedade, justiça social, participação e ação multissetorial – constituem o alicerce da atuação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço regional da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esses princípios também têm guiado a transformação dos sistemas de saúde nas Américas.

Agora, líderes mundiais vão respaldar uma nova declaração que reitera o papel fundamental da atenção primária. Os países-membros da OPAS participaram da elaboração do marco. Durante a conferência em Astana, está prevista a participação de delegações de governo, sociedade civil e academia da Argentina, Belize, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Haiti, Guatemala, Nicarágua, México, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico e Suriname.

Nos serviços de atenção primária, que estão mais próximos das pessoas e comunidades, é possível atender à maioria das necessidades de saúde da população, desde prevenção e tratamento até reabilitação e cuidados paliativos. Uma atenção primária de qualidade leva a uma maior expectativa de vida.

O evento no Cazaquistão é realizado pelo governo local, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Atenção primária nas Américas

A OPAS catalogou avanços na atenção primária do continente americano na publicação recém-lançada “Desde Alma-Ata a la Salud Universal: 40 años de imágenes” — acesse clicando aqui (em espanhol).

O organismo da ONU também dedicou a edição especial da Revista Pan-Americana de Saúde Pública, de setembro, ao tema da atenção primária. O volume traz artigos sobre soluções inovadoras que países da região têm adotado para melhorar o oferecimento desses serviços.

Em 2014, os países das Américas aprovaram na OPAS uma resolução sobre acesso e cobertura universal de saúde. Essa estratégia busca corrigir as desigualdades no acesso aos sistemas e serviços de saúde, que impedem que parte da população utilize a rede por razões financeiras ou pelas dificuldades causadas pelas barreiras geográficas.

ONU Brasil.

Na imagem: Médico cubano do Programa Mais Médicos, Javier Lopez Salazar, atende morador da Aldeia Kumenê. Foto: OPAS

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